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Capa: Capitães da Areia. |
Apesar de ser um livro que não fará mais parte da lista de obras do vestibular
da FUVEST, Capitães da Areia é um livro digno da fama que tem na literatura
brasileira. Sua história despertou em mim um novo modo de enxergar o problema
das crianças de rua, essencial para qualquer estudante, ou qualquer curioso, de
assuntos relacionados a críticas sociais.
O livro retrata a história de meninos que moram na rua e sua luta diária para
sobreviver, entre eles há meninos sem pai, sem mãe, sem lar. Há meninos que
fugiram de casa por n motivos. Há crianças abandonadas e há crianças que
simplesmente não tem mais pra onde ir. Eles são comandados por um menino
chamado Pedro Bala, órfão desde cedo, Pedro teve de se virar e achar um jeito
de continuar a vida. Antes de ser o líder, o grupo já existia, mas ao ver um de
seus colegas sendo humilhado pelo antigo chefe, Bala sente que as coisas não
podem continuar do jeito que estão e termina por encarar o antigo líder. Pedro
Bala e os outros meninos do trapiche - lugar onde moram - sobrevivem por meio
de pequenos furtos, trapaças, mentiras e golpes. Para eles não há nada de
criminoso nisso, afinal o que meninos como eles, alguns ainda mal saíram das
fraldas, outros não tem nem 15 anos completos, podem fazer? Nasceram na miséria
e na desgraça, que culpa tem essas crianças de estarem onde estão vivendo do
jeito que estão? Não há quem olhe por eles, não há quem tome conta deles, não
há quem os instrua. Claro que existe o Padre José Pedro, a mãe de santo Dona
Aninha e o Querido-de-Deus para que os garotos não se sintam tão só, mas ainda
assim não são o que eles precisam, não são uma família.
Crianças carentes que não conhecem o amor de uma mãe, de um pai, não sabem o
que é ter uma família, o que esperar desses seres humanos que não tiveram o
básico que alguém deve ter para se sentirem, como o nome diz, humanos? O que
serão dessas crianças quando crescerem? Alguns talvez conseguirão sair desse
ambiente, mas ainda assim carregarão para sempre consigo o peso de terem de
parar de ser crianças para serem homens desde muito cedo.
O autor, Jorge Amado, faz críticas sociais muito profundas com uma escrita que
te faz sentir como se estivesse vivendo junto dos próprios Capitães da Areia,
que foi o que ele de fato fez para escrever o livro. Os temas e os problemas
abordados escritos no século passado ainda são os mesmos de hoje, os medos que
assombravam o trapiche continuam assombrando os meninos de rua de todo o
Brasil, e porque não mencionar, de todo o mundo.
- Mauricio -
- Mauricio -
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